Amamentar não é fácil!

Amamentar não é fácil!

 

Como teve Semana Mundial da Amamentação, fiquei sensível vendo diversas lindas fotos de mamães amigas amamentando. Minhas experiências foram deliciosas mas, confesso, que esse é um tema delicado para mim. Sempre idealizei muito esse momento e isso me prejudicou. Tive uma auto-cobrança nas duas oportunidades.

Com meu primeiro filho, não tive feridas, não tive grandes problemas com pega correta, mas tive uma enorme dificuldade com a produção. Meu filho mamava muito no início mas, até o 3o mês, meu leite secou. Foi um período bem difícil para mim. Um momento que tive de administrar milhares de sensações e sentimentos. Uma mistura de decepção, desespero, fracasso, de não ter feito o que era certo para alimentar meu filho corretamente. Até eu me desprender desse sentimento, levou-se um tempo. As pessoas pressionam, perguntam, dão milhares de palpites, sem ao menos procurar entender o que enfrentamos para amamentar. Quase todas as mães recentes que conheço tiveram problemas com amamentação. Choraram, pensaram em desistir. E me pergunto. Por quê?

É uma pressão enorme para adotar um modelo de mãe perfeita. São milhares de receitas infalíveis, textos e textos que lemos na esperança de acertar. Eu passei por tudo. Li, ouvi todos que podia, mas não deu certo. Miguel tomou mamadeira. E toma até hoje. Isso não o deixou mais fraco. Nem mais doente. Nem atrapalhou no desenvolvimento. Garanto que ele vive bem. Mesmo assim, não tirei da cabeça que queria amamentar “direito”.

Quando Rafael nasceu, me prometi que não ouviria palpites. Iria buscar ajuda de quem poderia me ajudar. Banco de leite, médica especializada, técnicas certas. E foi o que fiz. Aos trancos e barrancos, consegui levar a amamentação exclusiva até os 6 meses. Voltei a trabalhar e duas semanas depois o que aconteceu? Meu leite começou a diminuir. Não dava nem como degustação. O auto-julgamento apareceu. Ele ainda me visita às vezes. Mas, optei por deixa-lo distante de mim. Consegui chegar aos 9 meses, mas Rafael foi para a mamadeira. Tinha fome. Muitas pessoas ainda me deram, novamente, milhares de receitas infalíveis. Juro! Tentei de tudo, mas não consegui levar adiante.

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Relatei tudo isso porque me preocupo com outras mães que possam passar pelo mesmo que passei e podem sentir o mesmo quando vejo outras mães amamentando: saudade ou uma leve sensação de que não tentou de tudo. Em um encontro aqui em Brasília, com uma blogueira, declarei às mães participantes que precisava me libertar dessa  busca incessante pela perfeição. Na época, eu já quase não tinha leite e não conseguia dar uma mamadeira sem imaginar que tudo era minha culpa e que não estava sendo suficiente para meu filho. E, por tabela, também não o desmamava. Ficava com esse apego. Não estava saudável para mim. Nem para ele (já que não tinha quase leite nenhum).

Por isso, finalizo fazendo um pedido. Invista na amamentação. Tente. Canse. Chore. Tente outra vez. Se, mesmo tendo tentando tudo (segundo a SUA consciência), não der certo, não se cobre. Seja feliz. Deixe a vida rolar e aproveite todos os outros momentos com seu filho. Vale a pena cada minuto de carinho, de brincadeira, de amor. Isso compensa tudo!

 

 

Andrea Lopes

Jornalista, especializada em comunicação digital. Mãe do Miguel, nascido em janeiro de 2013 e do Rafael, nascido em outubro de 2014. Apaixonada pelo mundo materno-infantil.

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